MDB pode passar do retorno à glória para o quase fim em MS no próximo ano
Partido ensaia retorno triunfal, mas pode ficar menor de um dia para o outro, dependendo das movimentações para a eleição no Senado Federal
| INVESTIGAMS/WENDELL REIS
O MDB vive um período de reconstrução, mas também de muitas incertezas para a eleição do próximo ano. Dia após dia, o partido vive uma montanha russa, da previsão de retorno aos tempos de glória, como maior partido do Estado, para a possibilidade de uma redução à quase insignificância na Assembleia Legislativa.
A principal protagonista destas incertezas é a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB) que insiste em disputar o Senado em Mato Grosso do Sul, desagradando parte da liderança que, tradicionalmente, prefere a direita à esquerda no Estado.
Lideranças do partido fazem questão de dizer que o problema não está na candidatura de Simone, mas na proximidade dela com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que terá na candidatura dela no Estado o principal palanque para a tentativa de reeleição em MS.
O partido hoje é presidido por Waldemir Moka (MDB), mas tem no ex-governador André Puccinelli a principal figura de articulação nesta expectativa de renascimento do partido que já foi o maior do Estado no período que governou o Poder Legislativo Estadual e a Capital.
Em 2022, Puccinelli passou de favorito para terceiro lugar no efeito Jair Bolsonaro (PL), que elegeu levou Capitão Contar (PRTB) ao segundo turno e derreteu a candidatura dele ao Governo do Estado. O resultado fragilizou a liderança de Puccinelli, que para não perder o partido de vez para Simone, lavou roupa suja em Brasília, depois de não se apoiarem nas campanhas dela para presidência e dele para o governo.
O grupo próximo a Simone ameaçou lançar um candidato à presidência e Puccinelli foi obrigado a negociar, o que custou caro para o partido nesta eleição.
Sem possibilidade de disputar uma majoritária, Puccinelli se concentrou na formação da chapa para deputado estadual, cargo que inclusive pretende disputar. Hoje, o partido tem possibilidade de voltar a ter bancada (termo dado à eleição de quatro parlamentares), mas também pode ficar com poucos fieis a Puccinelli.
Lideranças do partido, principalmente o trio formado por Márcio Fernandes, Junior Mochi e Renato Câmara, já avisaram que há grande chance de saída do partido em caso de candidatura de Simone em dobradinha com Lula em Mato Grosso do Sul.
A possível saída pode custar caro ao MDB. Com o trio, o partido sonha em eleger de quatro a cinco deputados estaduais. Esta conta passa pelos votos do trio de deputado, do próprio André Puccinelli e de nomes que voltam para as urnas no próximo ano. É o caso do ex-presidente da Assembleia, Jerson Domingos, e do esposo de Simone Tebet, ex-deputado Eduardo Rocha, que já deixou a Casa Civil para se concentrar na campanha para o próximo ano.
Puccinelli tem declarado que continua no MDB, independentemente da candidatura de Simone, mas pode ter pouca companhia nesta batalha, caso o trio realmente resolva sair. Curiosamente, um dos caminhos para um resultado mínimo pode ser justamente Simone, se ela convencer o esposo, Eduardo Rocha, a continuar. Como confusão pouca é bobagem, Rocha é muito próximo a Eduardo Riedel, que hoje joga no campo adversário a Lula para 2026.
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