Herança da estrada: filhas mantêm vivo o legado do pai caminhoneiro

Claudinei aprendeu profissão com o pai e hoje vê duas das três filhas trilharem o mesmo caminho

| CLAYTON NEVES / CAMPO GRANDE NEWS


Bruna e Brenda mantêm o legado que Claudinei aprendeu com o pai. (Foto: Juliano Almeida)

O ronco do motor e a vista da estrada pela cabine sempre fizeram parte da rotina de Claudinei Ferreira Fortes. Aos 53 anos, o caminhoneiro seguiu os passos do pai, seo Francisco, e do irmão, João, que além de valores, ensinaram a profissão que desempenhou por toda a vida.

O que ele não imaginava é que, décadas depois, veria duas de suas três filhas conduzindo o mesmo sonho e mantendo o legado da família. 'Pra mim é um orgulho imenso ver elas continuando nessa profissão que aprendi com meu pai. Agradeço a Deus todos os dias por ver elas bem e trabalhando', comenta.

Bruna Fortes, de 27 anos, foi a primeira a seguir os passos do pai. “Não lembro de nenhuma parte da minha infância sem o caminhão. O vermelho que eu dirijo hoje é o mesmo em que ele dirigia e que criou a gente dentro', conta.

Mesmo quando Bruna tentou outra profissão, o motor falou mais alto. “Tive uma gráfica, mas nunca fui feliz lá. Sempre quis o caminhão'. Hoje, além de dirigir, ela organiza as rotas e cuida da manutenção.

Para ela, manter o legado da família foi algo natural, mas notar o orgulho do pai é a maior satisfação. 'Meu pai é nossa maior inspiração, é um ser humano incrível. Trabalhar com o que ele fez a vida toda também é uma forma de homenagem para ele', avalia.

Foi dela, inclusive, a ideia de transformar a memória em presente. Em um Natal, ela mandou fazer uma miniatura fiel do primeiro caminhão do pai. “Foi uma das únicas vezes que vi ele chorar', revela.

A caçula caminhoneira, Brenda, de 19 anos, se apaixonou pela profissão no último ano da escola. “Terminei o ensino médio e fiquei um semestre sem estudar. Ia com a Bruna todo dia acompanhar ela no trabalho. Fui gostando e não parei mais', relata.

A jovem tirou a habilitação há poucos meses, mas já encara cargas de até 17 toneladas no dia a dia de serviço. Graças a Deus, a maioria das vezes as pessoas ficam admiradas quando percebem que é uma mulher dirigindo. Mas se alguém duvida, a gente insiste e mostra do que é capaz', pontua.

A filha do meio, Bionda Fortes, 23 anos, é arquiteta e não herdou a paixão por dirigir caminhão, mas é uma das maiores incentivadoras. “Não nasci com esse talento, mas admiro muito o pai e minhas irmãs. É uma área que exige coragem', comenta.

Depois de anos de serviço, Claudinei já está deixando as filhas assumirem a empresa de transportes que conquistou com muito trabalho duro. O plano é, aos 60 anos, trocar a rotina por viagens com a esposa.

 Até lá, ele segue de perto o trabalho das filhas e aproveita cada quilômetro dessa jornada que começou com ele, mas que já tem nova geração no comando.

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